terça-feira, 10 de maio de 2011

23 De Março

Acordo com dores de barriga, era o último mês e já nem me conseguia mexer.
A minha mesinha de cabeceira esta repleta de fotografias, melhor dizendo, ecografias. Oliver está crescido e vai ser um jogador de futebol, pelos pontapés que manda!
Teno-me levantar para ir à casa de banho, estava à "rasquinha" para fazer necessidades. Levanto-me e "descuido-me" sem querer.
A bolsa tinha rebentado.
Pego no telemóvel e ligo para a mãe.
- Então queridinha, como vão?
- Mãe... A bolsa... Rebentou... - Digo entre gemidos de dor e respirações ofegantes.
- O quê!? Liga para o 112, eu vou ter ao hospital querida!
Desligo a chamada e ligo desesperadamente, digo as informações necessárias sobre onde moro e conto dez minutos até eles chegarem.
Perco os sentidos e só acordo na cama do hospital, a meio de uma contracção e cheia de dores e uma cambada de médicos à minha volta a dizer para não puxar e não faz força.
Abrem-se as portas e vejo a mamã a correr desesperadamente para mim.
Dá-me a mão e diz-me que estou a ir bem.
- parabéns querida! Hoje fazes anos!
Tinha perdido a noção do tempo! Já era dia 23 de Março? Fazia 19 anos!
Entre médicos atarefados e faladores  ouço um choro "melodioso", era o meu bebé.
-Já acabou?
- Está quase - Responde-me uma médica. - Tens aqui um rapaz lindo! Como se chama?
- Ol.. Oliver... -Digo entre inspirações aceleradas.
"descontraio-me" e fecho os olhos, Quando abro os olhos e vejo a cara de Robert "estampada" na do meu filho.

- É ... Igual..zinho... a ele... - Pego no meu bebé e adormecemos.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

7º Mês

Acordo num sobressalto, "au, Oliver!", o irrequieto não para de me mandar pontapés, é uma sensação espectacular, e este bebé ia ser amado muito mesmo.
Olho para o relógio e vejo que ainda são duas da manhã, penso "fixe, posso dormir!", viro-me de lado, meto a almofada por entre as pernas, para me sentir mais confortável por causa do meu "barrigão" e volto a adormecer.
Robert já não era motivo constante dos meus sonhos, mas ainda o sinto aqui, mesmo assim lembro-me dele como o amor da minha vida.
Acordo então às sete e meia da manhã, para tomar o meu banho de emersão, tomar o pequeno-almoço "por dois" e vestir uma roupa mesmo muito confortável.
Apanho o autocarro, já que não posso conduzir, e sigo para a escola. Ando no primeiro ano de Engenharia Informática, e mesmo assim olham-me de lado, só por ter uma barriga maior que a deles!
"Invejosos", penso, rindo-me da cara de otário das pessoas.
Britney está sentada na última secretária da biblioteca, como sempre, com o computador nas mãos, assim como eu costumo estar. Comprimento-a e sento-me ao lado dela, ela olha para a minha barriga e sorri.
- Po... Posso? - Estica a mão em gesto de tocar na minha barriga.
Um terror isola-me, senti-me desprotegida e o meu sorriso desvanece-se. Eu não quero que me toquem no meu bebé, não o posso perder por nada!
- ... N... Podes...
Britney sorri e toca-me na barriga muito suavemente. O meu bebé apaixona-se imediatamente pela mão de Britney e dá pontapés de alegria. Ela sente-os e ri-se.
- É ele?
Olho-a nos olhos e também sorrio.
- É o meu príncipe encantado, é.